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June 04, 2019

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Se a criação foi divina, a criatividade é decididamente humana. O conflito mais importante na história etimológica do “criativo” é a luta entre seus significados religiosos e seculares. Antes do final do século 19, na medida em que as pessoas pudessem participar de algo chamado “criação”, era apenas aproximar a pureza da criação original, capital-C, ao invés de inaugurar a sua própria. "Não há nada novo sob o sol", Eclesiastes lembrou os seres humanos inclinados a arrogância criativa. “O criado não pode criar” (creatura no potre creare) adicionou Santo Agostinho, insistindo que tal poder residia somente em Deus, e não em suas criações. Na história da palavra "criativo", existem duas brechas decisivas: a inicial entre a criação divina e a humana sugerida aqui, e depois, quando a criatividade se tornou um traço humano, uma divisão entre suas formas estéticas e produtivas. Podemos aproximadamente datar este último conflito por volta de 1875, o primeiro exemplo da palavra “criatividade” dada no OED, a partir de um ensaio sobre o brilho singular de Shakespeare.

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